Um dia desses peguei, na estante para dar uma folheada, o Tremendas Trivialidades, livro de crônicas de um dos meus autores preferidos: G.K. Chesterton, e me deparei com minhas marcações do ano passado.
Em um destes contos, intitulado "O vento e as árvores", Chesterton esboça uma ideia profundamente significante para a nossa compreensão da realidade à partir de uma simples analogia:
"(...) As árvores representam todas as coisas visíveis e o vento as invisíveis.
(...) O vento é filosofia, religião, revolução; as árvores são as cidades e civilizações."
Ora, é até compreensível pensar que as árvores movimentam o vento, aliás, é a crença de praticamente todos filósofos ou sociólogos por aí. Porém, se nos atentarmos ao desenrolar da História, veremos que a realidade é um tanto quanto contrária a tal crença: "só sabemos que há uma revolução real porque todos os topos de chaminé enlouquecem em todo horizonte da cidade."
Chesterton até afirma: "ninguém jamais viu uma revolução". As armas, prisões e enfrentamentos são somente os resultados da revolução. Lembrem-se: é a árvore que move o vento. A consciência que dita a realidade: o contrário é uma afirmação marxista.
Senti que a despretenciosa folheada no livro foi extremamente significativa e simbólica para mim neste momento de estudos para o mestrado. Se me pedissem para explicar o meu interesse dentro da História, eu poderia utilizar essa analogia e dizer: ah, sabe como é... eu gosto de estudar o movimento dos ventos humanos (😅).
Brincadeiras à parte, eu realmente gosto de estudar a parte invisivel da História, eu gosto de entender o desenvolvimento das ideias nas sociedades. No caso do mestrado, quero entender a mudança da mentalidade dos gregos em relação ao que entendiam por perfeito, por ideal e os reflexos disso dentro da História da Educação (sem despensar a literatura, claro).
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05 de abril de 2025. |
Eu amo árvores. Amo a simbologia das árvores (daria para ficar estudando um tempão sobre isso). Para mim, são uma das coisas mais belas na natureza.