segunda-feira, 29 de abril de 2024

Registros outonais (e Fernando Pessoa)

Canção de Outono (1910)

No entardecer da terra,
O sopro do longo outono
Amareleceu o chão.
Um vago vento erra,
Como um sonho mau num sono,
Na lívida solidão.

Soergue as folhas, e pousa
As folhas volve e revolve
Esvai-se ainda outra vez.
Mas a folha não repousa
E o vento lívido volve
E expira na lividez.

Eu já não sou quem era;
O que eu sonhei, morri-o;
E mesmo o que hoje sou
Amanhã direi: quem dera
Volver a sê-lo! mais frio.
O vento vago voltou.






Fotos tiradas em uma câmera digital do modelo Sony Cyber-shot DSC-W320.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Pequenos momentos #5 | carta de Páscoa, livros e muita natureza

Posso dizer que esse é um vlog mensal? Acho que sim, hehe.

Neste vídeo reuni diversas imagens que registrei durante o mês de abril por aqui. Gravar esses vídeos funciona até como um exercício para mim, pois confesso que muitas vezes me pego extremamente entediada com a minha rotina e com os dias comuns, no fim eles parecem todos iguais. Por isso, registrar esses pequenos momentos e ter certa sensibilidade para identificá-los é uma forma de exercitar a minha visão em relação às coisas ao meu redor.

Mostrei para vocês a carta de Páscoa que recebi de uma amiga muito querida bem no domingo de Páscoa (Eu também ganhei ovos de páscoa artesanais maravilhosos), as minhas leituras do momento e um pouco do jardim da minha casa.

Particularmente, esse vídeo foi o meu predileto até agora. Quem sabe eu crie coragem e apareça em algum deles para falar sobre algo :P.



terça-feira, 23 de abril de 2024

BEDA #3: 3 das minhas pinturas sacras prediletas

As aulas de artes sempre foram as minhas preferidas no colégio...

Eu ficava super frustrada em saber que eu teria que esperar mais uma semana para poder ter aqueles 50 minutos de aula novamente. Sempre me interessei pelos conteúdos e pelas aulas práticas que os professores costumavam propor. O meu lado artístico sempre esteve presente.

Conforme os anos foram passando eu acabei deixando alguns hobbies de lado, entre eles, o desenho. Durante a minha adolescência eu praticamente não lia, mas tinha o desenho e a fotografia como hobbies. De certa forma, a arte sempre esteve presente na minha vida. Hoje em dia, grande parte do meu tempo é dedicado à leitura: por hobby/lazer ou não, eu sempre estou lendo algo por aí. Historiadores precisam ler muito. Contudo, eu ainda espero poder aprender novos hobbies, como bordado e pinturas em telas.

Eu sempre tive muito apreço por artes plásticas e mesmo que elas não estejam tão presentes na minha vida, eu sempre busco ter contado com pinturas e esculturas mesmo que digitalmente. Eu tive uma professora, no ensino médio, que nos ensinou a fazer análises de pinturas. Eu não dei o valor que deveria, mas hoje sou muito grata a essa querida. 

Não pretendo fazer nenhuma análise por aqui, mas gostaria de compartilhar três das minhas pinturas favoritas da vida.

1. Tempestade no Mar da Galileia, do Rembrandt (1633).


Esta pintura do Rembrandt está perdida desde a década de 90! Seja onde estiver, espero que ela esteja bem preservada. Acho bem difícil retornarem ou encontrarem a pintura depois de tanto tempo. De qualquer forma, a internet nos proporciona ver essa pintura do século XVI tão bela. A cena retrata uma das minhas passagens preferidas do Novo Testamento:

Subindo para uma barca, o seguiram seus discípulos. E eis que se levantou no mar uma grande tempestade, de modo que as ondas alagavam a barca, Ele, entretanto, dormia. Aproximaram-se dele os discípulos, e acordaram-no, dizendo: "Senhor, salva-nos, que perecemos!" Jesus, porém, disse-lhes: "Porque temeis, homens de pouca fé?" Então, levantando-se, imperou aos ventos e ao mar, e seguiu-se uma grande bonança. Eles admiraram-se, dizendo: "Quem é este, a quem obedecem até os ventos e o mar?" (Mateus 8,21-27).

2. Cristo no deserto, de Ivan Kramskoy (1872)

Os russos parecem ter uma sensibilidade surreal em relação à arte. Essa pintura é uma das minhas preferidas justamente por conta da crueza retratada nos detalhes. O céu sereno no fundo entra em contraste com o primeiro plano onde as cores e a estranha brutalidade do deserto demonstrada nas rochas me faz quase que entrar neste quadro e sentir uma brisa gelada no rosto. Também consigo imaginar um silêncio particular que só aqueles que tem a oportunidade de conhecer um deserto podem experimentar. 

3. A manhã da Ressureição, de Evgeny Demakov (1998)

Mais um pintor russo por aqui. O que me chama atenção nesta obra são as cores frias. Também tenho esse quadro como imersivo: consigo imaginar um clima gelado no domingo da Ressureição. Os únicos tons quentes no quadro são os da esquerda que quase somem comparados aos demais tons do quadro. Ao observar bem a pintura conseguimos perceber certo movimento nas roupas das personagens e nas árvores que aparecem no fim do túnel.

Bônus (?): Pedro e João correndo para o túmulo, de Eugène Burnard (1898)

Mais uma pintura de bônus, hehe. Esta, além de compartilhar o mesmo tema com a obra anterior, também compartilha certa semelhança. Os tons mais quentes aqui são mais presentes, mas, em contrapartida, também conseguimos notar certa frieza. As expressões das personagens são retratadas de forma magnífica aqui. Dá para imaginar o conhecimento do pintor ao retratar expressões tão complexas de forma tão clara? É algo a se pensar.

Este post faz parte do projeto BEDA.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

A Consolação da Filosofia, de Boécio: um dos livros mais belos já escritos

Acusado injustamente. Condenado à morte. Torturado. Privado de seus bens e de sua família.

Foram nestas circunstâncias, tão desagradáveis e desfavoráveis, que nasceu uma das obras mais belas já escritas. Longe da tranquilidade proporcionada pelo seu alto cargo no Estado romano, Boécio, hoje então reconhecido como São Severino Boécio, escreve A Consolação da Filosofia face à amarga e cruel morte que o esperava.

O que fazer quando o futuro já parece tão certo e inevitável? O autor da Consolação não poupou esforços nem mesmo em meio à sessões de tortura para que tal obra fosse escrita. Aqui, encontramos uma obra de formato peculiar e atípico já que Boécio mescla a narrativa em prosa com a poesia que, inclusive, dá forma à versos profundamente influenciados tanto pela herança da filosofia clássica quanto pela visão católica acerca do universo. A síntese realizada pelo aristocrata romano em sua obra é mais um exemplo de como a tradição católica foi capaz de reverenciar a sublime herança deixada pela cultura greco-romana. 

Boécio, ao rechear sua obra de referências mitológicas, nos faz mergulhar em meditações extremamente profundas e intrigantes sobre o tempo e o universo. O livro, que tem o próprio autor como personagem principal, nos coloca como espectadores em uma conversa que a própria Filosofia personificada como mulher teria tido com Boécio já no corredor da morte.

O Boécio-escritor, já conformado com o futuro que o esperava, aproveita os últimos momentos de sua vida terrena para questionar a Filosofia acerca das aparentes injustiças do mundo que costumam intrigar as pessoas. Contudo, Boécio, em sua erudição admirável, já tinha as respostas para estas perguntas e o que ele faz na obra é justamente suspender o conhecimento do Boécio-escritor, como um recurso literário, para colocar-se junto a nós, leitores, que podemos passar pelas mesmos questionamentos.

Mesmo imerso em uma tragédia inevitável, a da morte injusta e precoce , o autor nos tranquiliza de certa forma. É impressionante pensar que alguém na situação dele poderia nos entregar algo tão belo e sublime. 

Acredito profundamente que essa serenidade que Boécio experimentou nos últimos dias de sua vida só é reservada àqueles que creem e esperam pela consolação eterna de suas dores.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

BEDA #2: Redescobrindo uma câmera digital

Esta postagem faz parte do projeto BEDA (Blog Every Week of April) organizado pela Lana.

Semana passada eu tirei do fundo da gaveta a câmera digital que minha família usou nos últimos dez anos. 

Foi uma verdadeira surpresa, já que não fazíamos noção do que poderíamos encontrar ali. Meus avós, que são responsáveis por grande parte das fotos, ficaram muito felizes já que grande parte dos registros eles nem se quer tinham visto (!).

A câmera é da Sony e o modelo é o DSC-W320 de 2010. E por incrível que pareça as imagens têm uma ótima resolução. 

Deixo por aqui os primeiros registros que fiz até então com ela. Confesso que estou ansiosa para sair e fotografar com ela por aí (e, quem sabe, até gravar um mini vlog com ela hehe).

Um dia cinzento também tem sua beleza.


Minha leitura atual!

Um pedacinho da minha estante.

Acredito que seja questão de prática até que as fotos deixem de ficar tremidas. Por enquanto, vou aprendendo a lidar com as configurações da câmera que, apesar de ser um tanto quanto antiga, tem seu valor. Afinal, essas fotografias carregam algo diferente das fotografias que tiro pelo celular. Elas me parecem tão espontâneas. Penso que essa naturalidade do ato de fotografar tenha se perdido com o passar do tempo.




Enquanto não viajo, deixo aqui alguns dos registros que meus avós fizeram de suas viagens em algum momento da última década.




Senti muita saudade do mar vendo essas fotos e sou grata aos meus avós por terem feito esses registros tão belos. O mar é lindo, apesar de me causar certo medo.

Depois de ver essas fotos que eles fizeram em lugar abertos, passei a crer que a câmera, talvez, seja mais apta a registrar paisagens. O que me deixa mais empolgada ainda para sair e fotografar.

Até mais.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Diário de leitura: Divina Comédia, de Dante Alighieri (parte I).

Continuando minha jornada de leitura dos clássicos, agora cheguei na Divina Comédia. 

Já pressinto que esta leitura será uma das melhores da vida e que após terminar, a vontade de ir para a Itália só vai se multiplicar.

Para a leitura de obras mais densas, acredito que a escolha da edição e da tradução seja fundamental para a nossa experiência de leitura. É sempre bom pesquisar pelas traduções disponíveis e verificar qual se adequa ao seu estilo de leitura. No meu caso, eu acabei optando pela tradução do Cristiano Martins que sai pela editora Garnier. Pontos que me fizeram optar por esta edição: ilustrações do Gustave Doré ao longo dos Cantos (muitas delas estão super escuras); uma biografia do Dante e uma descrição do contexto histórico da obra e um suposto marca-páginas que deveria vir com o livro, mas não veio, o que me deixou muito decepcionada.


Apesar da frustação com as ilustrações e o suposto marca-páginas, a edição tem folhas amarelas e uma boa diagramação. 

Para aproveitar, gostaria de fazer uma reclamação aqui sobre o anúncio desse livro na Amazon, que foi onde comprei. Primeiro ponto: o suposto marcador de páginas NÃO existe (ou pelo menos não veio para mim). 


Segundo ponto: a capa da edição atual não é a que consta no anúncio o que, aliás, causa uma super enganação ao cliente.
Essa capa é a de uma edição passada
e deve ser encontrada só em sebos agora.

Depois, eu acabei comprando uma segunda edição somente para a primeira parte da obra: o Inferno. Acreditam que custou apenas 10 reais? Comprei pela Shopee. Ela é da editora Abril e conta com a tradução do Jorge Wanderley que, aliás, tem sido a minha favorita. Quando fico em dúvida com algum verso ou estrofe da outra edição, eu venho nesta daqui para comparar.

Destaque para a capa de tecido, para as folhas amarelas com uma textura maravilhosa e para as notas extremamente interessantes. Eu só fiquei muito triste quando descobri que o tradutor faleceu antes de completar a tradução da obra completa.  Já estou triste por saber que não terei esse suporte nos próximos livros.

Falando em tradução, a do Cristiano Martins pareceu, por vezes, indecifrável para mim nas primeiras estrofes. Talvez seja porque eu não tenho contato com poemas e ainda mais poemas rimados. As minhas leituras da Ilíada e da Odisseia foram em traduções com versos livres, então chegava a parecer prosa. No caso d'A Divina Comédia, confesso que senti um leve desespero quando comecei (KKKKK), mas agora estou no Canto VII e ficou bem mais tranquilo (as notas estão aqui para nos auxiliar também). Não é um bicho de sete cabeças.

Como não me preparei antecipadamente, eu não fiz color-code para post-its ou algo do tipo, mas estou, como sempre, fazendo marcações por escrito nos espaços em branco. A Divina Comédia não deve ser somente lida, mas deve ser estudada. Estou ciente de que essa leitura não será o fim do meu contato com a obra, pois uma leitura dessa dimensão leva a vida inteira para ser assimilada. É um dos livros inesgotáveis da literatura universal.

Para me ajudar nessa jornada, também acabei procurando por aulas sobre a obra no YouTube e acabei encontrando vídeos interessantes. Juntei todos em uma playlist que deixarei disponível aquiAlém dos vídeos, existem sites muito legais sobre a obra na Internet. Deixo aqui os que encontrei e recomendo:

  • La Divina Commedia: o site conta com informações sobre o Dante e sobre a obra e, de quebra, ainda dá para treinar a leitura em italiano.



  • A Divina Comédia (site do Helder da Rocha): dentre os três, acredito que esse seja o mais interessante pois o autor do site disponibilizou a tradução em prosa que ele mesmo fez. Como se não fosse suficiente, ele também desenhou e ilustrou diversas partes da obra. Tudo de graça neste site.


Por enquanto, é isso. Até a próxima!

terça-feira, 2 de abril de 2024

BEDA #1: meus favoritos do ano (até agora)

Os primeiros meses do ano sempre são os meus preferidos, mas sinto que eles passam em um piscar de olhos. Tenho uma leve impressão de que grande parte do ano se passa no segundo semestre (?). É estranho.

De qualquer forma, eu tenho criado um apresso cada vez maior pelo registro de memórias. Eternizar cada momento é algo que me deixa feliz. Justamente por esse motivo, pensei que seria interessante participar do projeto da Lana

Durante este mês, irei dedicar um post semanal ao projeto e estou pensando em assuntos bem legais para trazer para cá. Confesso que sempre quis produzir algo do tipo, então estou bem empolgada. Para este primeiro, vim compartilhar com vocês as minhas coisas prediletas destes três primeiros meses do ano. Então vamos lá...

Leitura: Entre o Passado e o Futuro, da Hannah Arendt

A vida ficou meio bagunçada nos últimos meses do ano passado e eu acabei caindo em um ciclo pesado de desânimo, o que afetou minhas leituras e estudos. Estes primeiros meses têm sido lentos, em diversos aspectos. Mas tenho conseguido desacelerar e, graças a Deus, voltar ao meu ritmo costumeiro. 
Fiquei decepcionada comigo mesma quando percebi que não seria fácil ler como antes (aquela cobrança que surge ocasionalmente).


Mas, despretensiosamente, acabei tirando dona Hannah Arendt da estante e as coisas começaram a mudar. Este livro surgiu no meu radar no ano retrasado e deste então ele passou para a minha lista de desejos da amazon. No início deste ano consegui comprá-lo por menos de 20 reais em um sebo muito interessante aqui de Brasília. 


Não me lembro porquê, mas acabei iniciando a leitura. Não estava nos meus planos a ler por agora, pois me comprometi comigo mesma a tentar priorizar as leituras da minha lista de leituras para este ano, mas... sabem como é né!? Sempre surge espaço para uma nova leitura, hehe.

Eu não tenho pressa para terminar, então acredito que ela me acompanhará durante alguns meses.
Fica aqui meu pedido de desculpas à Hannah por achar ela tão chata no Ensino Médio (o que não é chato durante a adolescência, afinal?)...

Entretenimento: meu canal preferido

Como não tenho nenhuma assinatura em streamings, eu acabo consumindo muitos vídeos no YouTube. Meu conteúdo preferido de lá são os vlogs, principalmente de pessoas que moram no exterior. Assim como gosto de registrar minhas memórias, gosto também de acompanhar o registro das memórias de pessoas que me identifico de alguma maneira.

No ano passado, descobri o canal da Julia e desde então tenho consumido semanalmente os vídeos dela. Ela mora em Nova Iorque e tem um senso estético maravilhoso! Me deixou com mais vontade de conhecer a cidade um dia.

Deixo aqui a minha recomendação, em especial, deste vlog aqui (é um dos meus preferidos):


Acompanhar o conteúdo dela me deixou inspirada para começar a gravar os meus próprios vídeozinhos que venho postando por aqui.

Música: Sam Fender, um possível novo artista preferido

Eu venho abandonando um pouco do pop (apesar da dona Taylor Swift não sair do topo dos meus streamings) de uns meses para cá e tenho voltado a ouvir mais indie/rock. Acabei caindo no álbum de 2021 do Sam Fender que se chama Seventeen Going Under.

 
Eu não pulo quase nenhuma uma faixa desse álbum, e parece que a cada vez que escuto, fica melhor. Eu não entendo nada, tecnicamente falando, sobre música, mas o estilo dele me remete aos anos 80, e ao mesmo tempo, à algo muito atual e nostálgico. As faixas do álbum têm uma sonoridade alta e bem agitada e contam com instrumentos bem interessantes como violinos e saxofones. 

Um dia, se eu tiver uma vitrola, este será um dos primeiros discos que comprarei, pois a experiência do som meio abafado da vitrola deve deixar o álbum ainda mais imersivo.

Deixo aqui uma menção honrosa ao querido Djo (ou Joe Keery ou Stevie
do Stranger Things)
, pois sim, o Stevie canta e produz música e é INCRÍVEL.

Momento preferido: uma sexta-feira no Carmelo e no Mosteiro

Eu registrei esse dia tão querido em um post anterior, mas gostaria de ressaltar como este dia ficou gravado para sempre no meu coração. Não é apenas um dos meus momentos preferidos do ano, mas da vida. Cada detalhezinho ficou super marcado na minha memória.

O Carmelo e o Mosteiro são lugares onde as preocupações e acontecimentos do mundo não têm lugar. Somos colocados em um estado de contemplação que surge do ambiente silencioso e da natureza que abraça cada cantinho de lá.

Como já comentei detalhadamente sobre esse dia aqui, gostaria de registrar alguns momentos que também foram incríveis e que também são os meus momentos preferidos dos últimos meses: a formatura do meu namorado; a troca de cartas de Páscoa com amigas; o passeio que fiz sozinha no shopping e ir ao cinema ver “O Menino e a Garça" duas vezes. 

ʚ Até a próxima! ɞ

quarta-feira, 27 de março de 2024

Pequenos momentos #4: visitas do Correio: carta de Páscoa e livros.

O vídeo de hoje foi um pouquinho diferente dos demais pois desta vez eu mostrei para vocês algumas coisinhas que recebi do Correio nos últimos dias (seria este o meu primeiro unboxing?). 

A primeira coisinha foi a carta de Páscoa que recebi da minha amiga Verônica. No vídeo comento sobre o blog (que é um dos meus cantinhos preferidos na internet) e sobre a loja dela! Ela também compartilhou um pouco sobre a carta no blog dela (veja aqui). Estou muito ansiosa para que as minhas cartas de Páscoa cheguem também (depois farei um post sobre as que enviei)! Começamos essa tradição no ano passado e esta é a segunda vez que trocamos cartas. Compartilhei um pouco sobre o inicio desta tradição neste post aqui.


Depois, compartilhei também as duas edições da Divina Comédia que comprei agora no mês de março. Estou ansiosíssima para essa leitura! Já estou pressentindo que se tornará um dos meus livros preferidos. 

A primeira edição, a da editora Garnier, conta com a tradução do Cristiano Martins. A segunda, da Abril, vem com a tradição do Jorge Wanderley. Ah, vale dizer que a segunda edição conta apenas com a primeira parte: o Inferno. 
Fiquei muito feliz com as minhas compras e pretendo comentar mais detalhadamente sobre cada edição quando for escrever um diário de leitura.

Nos vemos em breve!


 

quarta-feira, 20 de março de 2024

Pequenos momentos #3 | um fim de semana comigo.

Neste terceiro vídeo da minha série de vlogs, eu gravei alguns momentos do meu final de semana. Desta vez, o vídeo chegou a quase dois minutos! Nem imaginava...

Documentar a minha vida por textos, fotos e vídeos tem me ajudado a encontrar a Beleza na simplicidade do cotidiano e na vida como ela é (e cá entre nós, eu venho precisando disso).


terça-feira, 19 de março de 2024

Como é uma graduação em História?

Quando eu comecei a compartilhar um pouco mais sobre os meus estudos no Instagram, eu havia acabado de ingressar na graduação em História. Agora, dois anos depois, acredito que eu já tenha entendido a dinâmica desse ambiente o suficiente para falar um pouco sobre o assunto e, eventualmente, ajudar alguém por aí que esteja em dúvida quanto ao curso de História ou só sanar a dúvida de algum curioso mesmo, hehe.

Antes, é importante deixar aqui algumas ressalvas:
 o primeiro deles é que eu estou no quinto semestre da graduação, portanto me formo no ano que vem. O segundo é que a minha graduação me habilita apenas como licenciada, ou seja, a principio, minha formação é voltada somente para o ensino regular (especificamente do 6º ano ao Ensino Médio). A terceira e última ressalva é que a minha graduação é à distância (assunto esse que também dá muito pano para manga), então eu não preciso ir à Universidade nem para realizar as provas, mas, apesar disso, eu tenho acesso às dependências da Universidade normalmente. Inclusive já fui lá algumas vezes para poder estudar na biblioteca.

Eu escolhi fazer uma graduação EAD por vários motivos, sendo o principal a praticidade, porque sim uma graduação à distância é uma das coisas mais práticas que existem, mas praticidade não é sinônimo de facilidade. Continua sendo uma graduação como qualquer outra, porém, no caso do EAD, creio eu que o estudante tem uma responsabilidade ainda maior com a qualidade do seu aprendizado.

Além das matérias sobre História propriamente ditas, no meu caso, eu tive dois semestres de matérias voltadas à licenciatura. Neste período, você cruza com alunos das outras licenciaturas e da pedagogia. Preciso confessar que eu achei essa parte um tédio infinito e que não via a hora de acabar. Eu aprendi um pouco sobre a dimensão burocrática do sistema educacional e sobre o ofício do professor em si. Neste período você passa pelas mais estranhas teorias pedagógicas possíveis e, de quebra, também passa por uns assuntos bem polêmicos no mundinho da educação.


Tudo pareceu muito abstrato até o momento em que eu entrei em sala de aula no ano passado. Tive a oportunidade de dar aulas de inglês em uma escola de idiomas por 2 semestres e posso dizer que muita coisa só se materializa quando você entende o que é uma sala de aula. Fui privilegiada de poder estar em um ambiente de ensino antes mesmo de me formar já que isso me deu muita segurança quanto ao que eu escolhi como caminho profissional. 

Porém... como a grande maioria das pessoas não entra em uma sala de aula como professor até o momento do estágio, fica difícil ter essa certeza quando à escolha pela docência. Falando sobre a minha experiência pessoal, posso dizer que eu sempre senti uma aptidão para comunicação. Eu sempre gostei de seminários na escola e não era um problema falar para muitas pessoas. Isso foi, para mim, uma forma de me direcionar quanto ao meu destino profissional, mas até o final do meu Ensino Médio eu não fazia ideia de que seguiria o caminho da docência. Eu prestei vestibular 3x tentando ingressar em Relações Internacionais.

Historiografia e Teoria da História ♡
Passado o caminho tortuoso das matérias voltadas para a licenciatura, eu adentrei no mundo da História. Ah, vale à pena dizer que o meu primeiro ano de faculdade foi voltado para essas matérias que citei anteriormente. No terceiro semestre, quando comecei a lidar com as matérias da minha área, mais especificamente, eu estava *muito* empolgada. Contudo, eu caí na armadilha da
romantização e acabei quebrando um pouco a cara. Acontece a graduação é muito curta e rasa para cobrir uma área tão extensa quanto a História. Aliás, a História é uma ciência/uma arte que lida com a mudança. Portanto, mesmo depois de receber meu diploma e mesmo depois de me tornar professora de História, eu não vou ter chegado nem perto "do fim", por assim dizer.

Tudo isso para dizer que: a faculdade só te oferece uns petiscos, uns aperitivos. Grande parte do trabalho vai ser unicamente nosso. Dito isso, eu passei a entender que eu realmente deveria dividir meus estudos em: estudos da faculdade e estudos externos. Esses estudos externos ocupam maior parte do meu tempo. É através deles que eu me aprofundo no que foi mencionado na faculdade (sim, grande parte das coisas é só mencionada de forma muito breve) e que eu acabo descobrindo meus próprios interesses no mundo da História. Foi através desses estudos externos, aliás, que eu encontrei um tema que me gerasse um interesse genuíno para a escrita do meu artigo científico. 


A faculdade de História é embasada, principalmente, em leitura, muita leitura. Muitas vezes, o material oferecido não é bom. Então é fundamental buscar algo complementar. Ficar só naquilo que eles oferecem é um perigo. O problema é que essas leituras obrigatórias dos materiais tomam tempo e além delas, eu preciso seguir com os ditos estudos externos. Confesso que durante esse período eu já me perdi algumas vezes. É *muita* coisa para pouco tempo. 

Falando nisso, acho interessante explicar que a minha faculdade é dividida em bimestres, por isso eu geralmente só tenho dois meses, no máximo, para cada conteúdo. Deixo aqui a minha reclamação: isso é horrível. Contudo, eu aprendi a não me desesperar mais quanto a isso. Geralmente as pessoas entram na graduação com uma mentalidade de que pegando seu diploma, você automaticamente se torna um especialista na sua área. Olha... não funciona bem assim. A construção do conhecimento é bem cíclica. A gente passa pelos mesmos temas, pelos meus autores e ideias diversas vezes e cada vez que você passa por ali, você tem a oportunidade de apreender algo diferente. No fim, os conhecimentos sempre se interligam de alguma maneira. Nós precisamos treinar nosso olhar para visualizar a realidade como um todo e perceber a integralidade da Verdade: 

Cada verdade é um fragmento que exibe em todos os seus aspectos suas ligações; a Verdade em si mesma é uma, e a Verdade é Deus. Cada verdade é um reflexo: por trás do reflexo, e dando-lhe valor, está a Luz (A vida intelectual, p. 46)".

Estudando Historiografia com um mini-quadrinho branco.
Retomando a questão dos estudos externos, no ano passado eu tive tempo de fazer algumas leituras bem legais, dentre elas a Ilíada, do Homero. À partir daí passei a ter um interesse genuíno pela cultura grega, e principalmente, pela mitologia. Aproveitei a situação e juntei o útil ao agradável ao reunir meu interesse pelo tema com a oportunidade de escrever o meu primeiro artigo científico. Durante um mês e alguns dias eu me dediquei a pesquisa e à redação do artigo. 

Depois eu gostaria de escrever um pouco mais sobre esse assunto, mas comentando brevemente: eu publiquei o artigo em uma revista da minha própria faculdade. Pretendo escrever outro esse ano, pois vai me ajudar a ingressar em um possível futuro mestrado.

Agora, no quinto semestre, eu comecei as práticas de estágio obrigatório, sendo o primeiro deles o de gestão escolar. Neste tipo de estágio (que parece ser novo, aliás), nós precisamos realizar  algumas horas de observação do trabalho de algum gestor escolar. No meu caso, eu fiz com uma coordenadora do Ens. Fundamental (6º ao 9º ano) e Ens. Médio. Foi bem rápido, mas muito interessante. O mais curioso da experiência foi que acabei estagiando na mesma escola em que estudei a vida inteira. 

Lá para o meio do ano terei o segundo estágio obrigatório e ano que vem o terceiro e último. Nos próximos eu precisarei de horas de observação e docência também. Confesso que sinto um frio na barriga só de pensar, mesmo que eu já tenha dado aulas. Sinto que a escola regular é diferente. Os estágios obrigatórios fazem parte de todos os cursos de licenciatura e são uma boa oportunidade para entender na pele o que é ser professor. 

Ufa, acho que terminei! Foi bastante coisa, hein. A última coisinha que eu gostaria de dizer é que os meus períodos históricos preferidos são a Antiguidade e a Idade Média. Amo estudar a cultura destes períodos, é o que mais me atrai. 

Até mais! 

quinta-feira, 14 de março de 2024

Pequenos momentos #2 | flores & dias chuvosos.

Continuando a minha aventura pelo mundinho dos vídeos, cá está o segundo dessa minha série de vlogs (?), se é que posso chamar assim

Estou amando fazer esses registros e editá-los despretensiosamente. Sinto que ainda estão muito curtos e isso atrapalha a leitura das legendas.

Mesmo que os dias aparentem ser comuns, sei que sempre há algo que pode ser capturado, basta um olhar sensível ao que acontece diante os nossos olhos. 


quarta-feira, 13 de março de 2024

A vida fora do Instagram.

Estou sem Instagram faz algumas semanas. 

Já aconteceu isso antes, mas dessa vez tem sido diferente. Estou saindo de um ciclo bem negativo (psicologicamente falando) e por uns meses eu fiquei totalmente exausta de tudo: dos meus livros, dos meus estudos... eu não conseguia produzir nada, tudo parecia muito desconexo. Passei pela tal da "ressaca literária" e durante esse período comecei e larguei alguns livros no meio do caminho. O que me ajudou a não parar por completo foi a minha lista de leituras para esse ano, consegui ler a Odisseia que, aliás, se tornou um dos meus livros preferidos da vida.


Tudo isso para dizer que depois de algumas semanas, venho sentindo os efeitos positivos de reduzir meu tempo nas redes sociais (lê-se Instagram). E somente redes sociais mesmo, pois o meu tempo de tela tem se mantido o mesmo, infelizmente. De certa forma, já venho notado essa mudança por aqui: sinto as engrenagens do meu cérebro funcionando novamente. 

Uns dias atrás enquanto conversava com amigas sobre esse assunto cheguei a comentar sobre como o Instagram e as demais redes sociais arrancam de você a capacidade de pensar e refletir sobre um assunto. Ali, você é jogado, arremessado de um lado para outro, transita pelos mais diversos assuntos sem ter segundos para se questionar sobre o que você leu, viu ou ouviu. Muitas imagens, muitas opiniões, muitas propagandas, muitas fofocas, muitos estímulos. Isso cansa. Todo mundo está cansado.

Por ora, estou voltando a me sentir mais criativa durante esse hiatus digital. As coisas parecem se encaixar novamente por aqui. Tenho voltado ao eixo.

O que tenho feito fora das redes? Bom, eu fiz o meu primeiro estágio obrigatório, comecei a planejar aulas de História e comecei a ler Hannah Arendt. Também vi meu namorado se formar. A vida continua acontecendo fora da timeline do Instagram. Ouso a dizer que acontece até de forma diferente, o tempo passa de forma diferente.


quinta-feira, 7 de março de 2024

Álbum de fotos: me acostumando com o novo celular.

Faz um pouquinho mais de um mês que troquei de celular: troquei um iPhone 8 plus por um iPhone 11. Como não entendo nada desses quesitos mais técnicos sobre celulares, só posso dar minha opinião como uma grande amadora de fotografia. Confesso que nos primeiros dias eu estranhei muito a diferença entre as duas câmeras e, por um tempo, fiquei até triste pela diferença. Isso porque no celular anterior, o modo "retrato", me possibilitava tirar fotos com maior profundidade, coisa que com esse eu ainda não consegui. De qualquer forma, ainda estou me adaptando. Acho que estou encontrando o meu jeitinho com a nova câmera aos poucos. 

Também fiquei triste por ter perdido minhas receitas de edições nos aplicativos de edição que uso: VSCO e Lightroom. Tentei criar um próximo ao antigo, mas não ficou a mesma coisa... fiquei muito decepcionada porque realmente não imaginava que perderia as receitas. Apesar dessas frustações iniciais, estou gostando das fotos que ando tirando e quis deixar algumas delas por aqui. 


Apesar da arquitetura e do urbanismo um tanto quanto polêmicos de Brasília (Plano Piloto), uma das coisas que me agradam na cidade é o contato com as árvores. Deve ser muito bom poder ter a vista da copa das árvores da janela do apartamento.



Os amigos entregadores apareceram bem na hora da foto, mas não tem problema, eles foram super gentis com o monge da loja, então vou considerar a foto por este motivo haha.


Tingindo envelopes de carta com café em casa. Deu super certo, eu usei um borrifador e fui espirrando até achar que estava bom. 


Simplesmente uma das flores mais lindas que já vi: chama-se cravinho.



Lavandas. O que mais gostei nesta foto em particular foi a edição e não a foto em si. Uma coisa que estou gostando na câmera do iPhone 11 é a nitidez das fotos. A edição foi feita no Lightroom com o preset que citei no inicio.


Por último, um registro de um livro que eu queria há um bom tempo e pude comprar mês retrasado. Comecei a lê-lo e estou amando. Em breve pretendo escrever sobre ele.