terça-feira, 23 de abril de 2024

BEDA #3: 3 das minhas pinturas sacras prediletas

As aulas de artes sempre foram as minhas preferidas no colégio...

Eu ficava super frustrada em saber que eu teria que esperar mais uma semana para poder ter aqueles 50 minutos de aula novamente. Sempre me interessei pelos conteúdos e pelas aulas práticas que os professores costumavam propor. O meu lado artístico sempre esteve presente.

Conforme os anos foram passando eu acabei deixando alguns hobbies de lado, entre eles, o desenho. Durante a minha adolescência eu praticamente não lia, mas tinha o desenho e a fotografia como hobbies. De certa forma, a arte sempre esteve presente na minha vida. Hoje em dia, grande parte do meu tempo é dedicado à leitura: por hobby/lazer ou não, eu sempre estou lendo algo por aí. Historiadores precisam ler muito. Contudo, eu ainda espero poder aprender novos hobbies, como bordado e pinturas em telas.

Eu sempre tive muito apreço por artes plásticas e mesmo que elas não estejam tão presentes na minha vida, eu sempre busco ter contado com pinturas e esculturas mesmo que digitalmente. Eu tive uma professora, no ensino médio, que nos ensinou a fazer análises de pinturas. Eu não dei o valor que deveria, mas hoje sou muito grata a essa querida. 

Não pretendo fazer nenhuma análise por aqui, mas gostaria de compartilhar três das minhas pinturas favoritas da vida.

1. Tempestade no Mar da Galileia, do Rembrandt (1633).


Esta pintura do Rembrandt está perdida desde a década de 90! Seja onde estiver, espero que ela esteja bem preservada. Acho bem difícil retornarem ou encontrarem a pintura depois de tanto tempo. De qualquer forma, a internet nos proporciona ver essa pintura do século XVI tão bela. A cena retrata uma das minhas passagens preferidas do Novo Testamento:

Subindo para uma barca, o seguiram seus discípulos. E eis que se levantou no mar uma grande tempestade, de modo que as ondas alagavam a barca, Ele, entretanto, dormia. Aproximaram-se dele os discípulos, e acordaram-no, dizendo: "Senhor, salva-nos, que perecemos!" Jesus, porém, disse-lhes: "Porque temeis, homens de pouca fé?" Então, levantando-se, imperou aos ventos e ao mar, e seguiu-se uma grande bonança. Eles admiraram-se, dizendo: "Quem é este, a quem obedecem até os ventos e o mar?" (Mateus 8,21-27).

2. Cristo no deserto, de Ivan Kramskoy (1872)

Os russos parecem ter uma sensibilidade surreal em relação à arte. Essa pintura é uma das minhas preferidas justamente por conta da crueza retratada nos detalhes. O céu sereno no fundo entra em contraste com o primeiro plano onde as cores e a estranha brutalidade do deserto demonstrada nas rochas me faz quase que entrar neste quadro e sentir uma brisa gelada no rosto. Também consigo imaginar um silêncio particular que só aqueles que tem a oportunidade de conhecer um deserto podem experimentar. 

3. A manhã da Ressureição, de Evgeny Demakov (1998)

Mais um pintor russo por aqui. O que me chama atenção nesta obra são as cores frias. Também tenho esse quadro como imersivo: consigo imaginar um clima gelado no domingo da Ressureição. Os únicos tons quentes no quadro são os da esquerda que quase somem comparados aos demais tons do quadro. Ao observar bem a pintura conseguimos perceber certo movimento nas roupas das personagens e nas árvores que aparecem no fim do túnel.

Bônus (?): Pedro e João correndo para o túmulo, de Eugène Burnard (1898)

Mais uma pintura de bônus, hehe. Esta, além de compartilhar o mesmo tema com a obra anterior, também compartilha certa semelhança. Os tons mais quentes aqui são mais presentes, mas, em contrapartida, também conseguimos notar certa frieza. As expressões das personagens são retratadas de forma magnífica aqui. Dá para imaginar o conhecimento do pintor ao retratar expressões tão complexas de forma tão clara? É algo a se pensar.

Este post faz parte do projeto BEDA.

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