Janeiro de 2023.
Uma breve reflexão sobre a obra A História de uma alma, escrita por Santa Teresinha do Menino Jesus.
“Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus. Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos Céus.” (Mt 18,3–4)
Quase chegando ao fim da leitura de História de uma Alma, me deparei com o que conhecemos pela doutrina da Pequena Via, de Santa Teresinha.
Ao relatar, intimamente, a sua relação com Jesus, Teresa nos explica como foi capaz de entender e reconhecer a preciosidade de sua pequenez diante de Deus.
Em um mundo que nos estimula, constantemente, a busca pela vanglória e pelas honras, Teresa nos mostra que não há nada mais seguro do que reconhecermo-nos e colocarmo-nos como criancinhas diante de Deus.
Apesar de possuir um grande anseio pelas alturas, Teresinha enxergava a sua fragilidade como a de um pequeno passarinho que não pode voar e nem se alimentar sozinho, mas também reconhece que: “O Bom Deus não seria capaz de inspirar-me desejos irrealizáveis. Posso, por conseguinte, aspirar à santidade, não obstante minha pequenez.” (pág. 226)
Desta forma, a pequena flor do Carmelo, mostra-nos que nossas fragilidades não são, de modo algum, empecilhos para nosso crescimento espiritual, mas são graças que Deus nos concede para reconhecermos nossa dependência dEle.
Pois, ao contrário do amadurecimento humano, o amadurecimento espiritual acontece quando nos deixamos ser cuidados por Deus, assim como uma criancinha é cuidada amorosamente por seus pais.
Buscar pela infância espiritual, ao contrário do que muitos podem pensar, não é cultivar uma vida de infantilidade e imaturidade, mas entender que nossas limitações são reais, e que a única forma de as superarmos é justamente entregando-nos à misericórdia divina.
Santa Teresinha ainda nos mostra que esta é a única maneira de alcançarmos a paz na alma que é reservada àqueles que, já nesta Terra, buscam uma profunda união com Deus.
E foi somente após esta leitura e reflexão que pude entender o que Jesus exige de nós quando pede que sejamos como crianças. Este já é um dos meus livros preferidos da vida!
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